A volta do Ednaldo à presidência da CBF e a arapuca para o Dorival Jr.
O italiano Carlo Ancelotti pediu longo prazo para estudar a proposta da CBF. Manjou a barra e antes de bater o martelo, caiu o presidente Ednaldo Rodrigues por meio de uma estranha movimentação jurídica/política de bastidores. Dois dias depois de agradecer o convite, outro estranho movimento político/jurídico recolocava o Ednaldo na presidência.
“Que loucura é este país”, é o mínimo que o Ancelotti deve ter pensado. Escapou de uma fria. De novo no cargo, por uma liminar determinada pelo Ministro Gilmar Mendes, do STF, Ednaldo disse que Fernando Diniz não faz mais parte dos planos dele e que a bola da vez é o Dorival Jr., atualmente no São Paulo.
Interessante é que foi um partido político, o PC do B, que moveu a ação judicial que devolveu ao cargo ao Ednaldo. Sob a fajuta alegação de que a FIFA e a Conmebol poderiam excluir o Brasil das Olimpíadas de Paris e os clubes brasileiros da Libertadores, Sul-americana e demais competições promovidas por ela. Tá certo! O jogo do faz de conta não pode parar e o circo continua.
Por outro lado, dirigir a seleção brasileira por um jogo que seja, garante bons empregos para qualquer um que tenha essa “graça”, o resto da vida. Diniz comandou por seis: três derrotas, um empate e duas vitórias. Dorival pode até topar. Já estava descendo ladeira, foi resgatado pelo Flamengo, que o sacaneou em seguida, e deu nova volta por cima comandando o São Paulo. A seleção brasileira no curriculum seria a consagração total, mesmo sabendo que estaria entrando numa arapuca, no caso, de ouro.
Por quanto tempo o Ednaldo ficará no cargo, pouco importa, para ele e para a CBF. Na posição em que chegou, ficará bem na fita de qualquer jeito, na certeza de que o sucessor, seja quem for e quando for, manterá o circo funcionando.
O torcedor, também nem aí para essas idas e vindas entre os cartolas e os milhões que eles manipulam. Prova disso é que o campeonato brasileiro de 2023 bateu todos os recordes de público, com média de 26.524 pagantes por partida, mesmo com 12 jogos com portões fechados. O recorde anterior era de 22.953 pagantes do campeonato de 1983.
Como dizia Tom Jobim, “o Brasil não é para principiantes”. O futebol é uma das provas disso!