sexta-feira, 26 de julho de 2024

Confessou: Dono do ‘Choquei’ é ouvido pela Polícia Civil de Minas e admite fake news

Uma jovem mineira suicidou com repercussão da notícia falsa publicada por perfil Choquei

Foto: Reprodução pordentrodetudo.com.br

O proprietário do perfil “Choquei” prestou depoimento nesta quinta-feira (28) à Polícia Civil de Minas Gerais no inquérito que apura a morte de Jéssica Vitória Canedo. A jovem morreu por suicídio na última semana, no dia 22 de dezembro, após ser alvo de informações falsas sobre um suposto relacionamento com o humorista Whidersson Nunes.

A informação foi divulgada pelo próprio perfil do “Choquei” no X (antigo Twitter), que estava há seis dias sem atualizar a página nas redes sociais. Segundo a nota, o proprietário do perfil apresentou informações e documentos à Polícia Civil de Minas Gerais. Ainda segundo o perfil, “foram fornecidas provas sobre o fato gerador da notícia falsa”. Na nota, o ‘Choquei’ nega ser o responsável pela divulgação inicial das supostas imagens que seriam de conversa entre Whidersson Nunes e Jéssica Canedo. O perfil alega ter republicado informações de outra página. Afirmam, também, que “assim que a falsidade foi descoberta” o conteúdo foi retirado do ar.

Investigação

O caso está sendo investigado pela Polícia Civil de Minas Gerais. A ocorrência foi registrada em Araguari, no Triângulo Mineiro, na última sexta-feira (22). O corpo foi submetido a exames e a corporação investiga as causas da morte. No dia 26, o delegado do caso se posicionou sobre as investigações e afirmou que será apurado se houve “algum induzimento, instigação ou auxílio a esse suicídio”.

Relembre o caso

A mineira Jéssica Vitória Canedo, de 22 anos, tirou a própria vida no dia 22 de dezembro depois de ser apontada como suposto affair do humorista Whindersson Nunes. A informação, no entanto, era falsa.

No início daquela semana, perfis de redes sociais – entre eles o Choquei – publicaram prints de supostas conversas entre Whindersson Nunes e Jéssica Canedo. Nas mensagens, um homem flertava com uma mulher e a convidava para um encontro. Os dois vieram a público desmentir a história. Whindersson afirmou que a conversa era falsa e que não conhecia Jéssica. Jéssica Canedo também se manifestou nas redes sociais. Além de apontar que os comentários direcionados a ela estavam ‘passando dos limites’, ela reforçou a falsidade das mensagens e fez um apelo: “meu único pedido é para que vocês parem e pensem nas consequências do que vocês estão fazendo”. A mãe da jovem também usou as redes sociais para fazer pedido semelhante. Pouco depois, Jéssica morreu por suicídio.

No dia 23/12, nas redes sociais, o ‘Choquei’, um dos responsáveis pela divulgação da notícia falsa, se pronunciou. O comunicado, assinado por uma advogada, lamenta a morte. No entanto, afirma que o perfil ‘não cometeu qualquer irregularidade na divulgação de informações’. A nota afirma, ainda, que ‘não há responsabilidade a ser imputada pelos atos praticados, haja vista a atuação mediante boa-fé e cumprimento regular das atividades propostas’, completa.

Repercussão

Nas redes sociais, a repercussão do caso foi intensa e incluiu também o mundo político. O Ministro dos Direitos Humanos, Sílvio Almeida, cobrou regulamentação das redes sociais, caminho semelhante ao defendido pela Ministra das Mulheres, Cida Gonçalves. Whindersson Nunes sugeriu a criação de uma lei com o nome de Jéssica para lidar com casos semelhantes, em que haja informações falsas divulgadas de forma massiva.

Centro de Valorização da Vida

Se você estiver passando por uma situação difícil e precisar de ajuda, ligue para o CVV (Centro de Valorização da Vida) no telefone 188. O CVV é uma entidade civil que oferece apoio voluntário, gratuito e anônimo em prol da prevenção do suicídio.

Fonte: pordentrodetudo.com.br