Nelson Rodrigues dizia que “dinheiro compra até amor verdadeiro”. A frase pode ser adaptada para a justiça da Espanha, que dá liberdade para condenado por estupro, desde que pague 5,4 milhões de reais, ou 1 milhão de euros, caso do Daniel Alves. A mesma justiça espanhola que dá atenuante se o criminoso alega que estava sob efeito de álcool.
Enquanto isso, no Brasil, a nossa tão mal falada justiça deu um bom exemplo no caso do Robinho. Agiu rápido para prender o ex-atacante, depois de concordar com a justiça da Itália, de que ele deveria cumprir a pena de nove anos aplicada lá, numa penitenciária daqui.
Está em Tremembé, que segundo a imprensa “especializada” é a cadeia dos ricos e famosos no interior de São Paulo.
Antes de ser preso Robinho fez outro papelão ao dizer que sua condenação na Itália se deu porque se trata de um país “racista”. É muita canastrice!
Daniel Alves tinha que pagar a fiança até às 15 horas de Barcelona, mas não pagou a tempo e deverá ficar mais este fim de semana na cadeia.
Curioso é ele não ter esta grana disponível para uma situação dessas. Milionário, mesmo com bens bloqueados, não ter R$5,4 milhões?
Um jornalista amigo meu, acostumado a cobrir tramoias de gente graúda, comentou: “Pode ser que além dos bens bloqueados no exterior, também não tem como movimentar no Brasil por outras questões: rolo, pra não chamar a atenção. Esse povo vive fazendo manobras para escapar do Fisco. Por isso, vira e mexe um é pego lá fora”.
Diante de tanta repercussão negativa e pressão popular, Neymar e o pai dele tiraram o corpo fora dessa. Certamente os patrocinadores não queriam mais queimação de filme por tabela. Já tinha dado péssimo exemplo, entrando com os 150 mil euros, depositados antes do julgamento, para reduzir a pena do Daniel pela metade.
Enfim, pelo menos nestes casos do Robinho e Daniel Alves, caiu a história da “justiça dos ‘parças’, dos ‘brothers’, de proteger o amigão, a qualquer custo, mesmo que ele tenha cometido o pior dos crimes.
O mundo do futebol deveria transformar estes casos em exemplos, mostrando que nem uma pessoa famosa fica impune ao praticar tamanha violência contra mulheres.