quarta-feira, 16 de outubro de 2024

Natal pode ter a maior oferta de trabalho temporário desde 2012: expectativa é de mais de 12 mil vagas somente em Minas Gerais

O varejo de Minas Gerais deve contratar, temporariamente, entre 12 mil e 13 mil trabalhadores para atender a demanda do Natal neste ano. A projeção é da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Se a estimativa for confirmada, será a maior oferta de vagas de trabalho temporário no Estado para a data desde o início da série histórica da pesquisa, em 2012.

Conforme a entidade, há 11 anos, foram abertos 10,84 mil postos de trabalho temporário. Em relação a 2022, momento em que ocorreram 10,42 mil contratações, haveria uma alta de 16,5%. A previsão se baseia em aspectos sazonais das admissões e desligamentos no comércio varejista, registrados mensalmente por meio do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). 

Ancorado por uma expectativa de crescimento de 5,6% nas vendas de Natal de 2023 frente ao exercício imediatamente anterior, nacionalmente, o estudo prevê que 108,5 mil pessoas devem ser contratadas temporariamente para a principal data comemorativa do varejo. Esse seria o nível desde 2013, quando 115,5 mil colaboradores foram admitidos no País. Minas Gerais responderia por 11,2% das vagas, ficando em segundo lugar no ranking estadual, atrás somente de São Paulo.

O economista da CNC, Fabio Bentes, afirma que a massa de rendimentos disponíveis para consumo no fim de 2023 tende a estar maior em todo o Brasil, o que deve favorecer o cenário de admissões temporárias. Entre os motivos para tal, segundo ele, estão a queda do desemprego e a desaceleração inflacionária. A valorização do real e a queda de juros também elevam o otimismo.

Com a perspectiva de melhora nas condições de consumo, a entidade ainda projeta que a taxa de efetivação dos trabalhadores temporários será de 14,2% após o Natal de 2023. O percentual é ligeiramente superior à de 2022, quando o comércio varejista efetivou 12,3% dos contratados. 

Hiper e supermercados deverão responder por metade das vagas de trabalho temporário

Nas previsões da CNC, 50% da oferta de trabalho temporário no Estado para o Natal virá do ramo de hiper e supermercados, que deve realizar 6.064 contratações no período. Em seguida aparecem demais segmentos (1.799 admissões e 14,8% das vagas), utilidades domésticas e eletroeletrônicos (1.651 e 13,6%), livrarias e papelarias (1.329 e 11%) e vestuário e calçados (1.289 e 10,6%).

No Brasil, o segmento de hiper e supermercados também deverá ser o que mais vai contratar temporariamente para a data comemorativa, com 45,47 mil vagas, representando 41,9% do total. O ramo de vestuário e calçados (25,17 mil e 23,2%) aparece logo na sequência da lista. 

Levantamento da Fecomércio-MG também indica alta na intenção de contratações 

Uma pesquisa realizada pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Minas Gerais (Fecomércio-MG) com empresários do varejo mineiro também revelou um aumento na intenção dos empresários de contratarem temporariamente neste fim de ano para conseguir atender a alta demanda do período com o Natal. Embora apenas 17,1% dos varejistas afirmem que vão admitir novos funcionários, o número subiu 3,3 pontos percentuais em comparação a 2022. 

“Vários motivos podem estar atrelados a esse aumento. O primeiro é a própria expectativa dos empresários de ter um maior volume de vendas. Quando isso acontece e a mão de obra que está disponível não deve conseguir atender de maneira efetiva todos os clientes, surge a necessidade de contratar temporários. Além disso, tem outros fatores que afetaram a renda da população e faz com que ela consuma mais”, explica a economista da entidade, Gabriela Martins.

“Fatores como a queda da inflação, que está muito atrelada a itens de subsistência como a alimentação, a desaceleração da taxa de juros, que ainda está alta, mas tem diminuído ao longo dos últimos meses e o maior repasse de renda do governo federal para as famílias, fazendo com que haja mais renda disponível no orçamento e, dessa forma, aumente o consumo”, completou, destacando que, para 15,6% dos que pretendem contratar, a chance de efetivação é muito alta.