Pesquisa realizada pelo Instituto Cidades Sustentáveis, em parceria com o Ipec (antigo Ibope), mostra que 80% dos brasileiros não querem participar da política na cidade onde moram.
Também mostra que o Congresso Nacional e os partidos políticos mantêm seus péssimos índices de confiança, nas últimas colocações do ranking, com 40 e 33 pontos, respectivamente.
É triste a constatação que o cidadão comum, anda tão desiludido a ponto de 80% não se interessarem em participar da política local, dos assuntos fundamentais que vão melhorar ou piorar o seu cotidiano e de sua família.
Aproveitando que acabamos de eleger novos prefeitos e vereadores, seria ótimo que todos eles se aprofundassem nestes números para tentar iniciar uma nova era e incentivar maior participação do cidadão. Ações aparentemente simples, mas que surtem grande efeito quando as pessoas percebem que a voz delas tem importância e que os novos políticos que estão chegando ao poder estão sendo transparentes e sinceros em seus atos e palavras.
Neste aspecto, Sete Lagoas teve alguns avanços, com bons exemplos dados pela Câmara Municipal e prefeitura. A criação da Rádio e TV Câmara, pelo então presidente da casa, vereador Cláudio Caramelo, em 2020, e a drástica redução do número de secretarias municipais, pelo prefeito Duílio de Castro quando assumiu o mandato. Eram 17 e ele reduziu para sete.
Com a não reeleição de Caramelo, a Comunicação da Câmara sofreu enorme retrocesso e por consequência, os vereadores voltaram a manter lamentável distância da população e do eleitorado. Felizmente, a rádio, e TV Câmara, voltaram a ser devidamente valorizadas, com a eleição de Caio Valace para a presidência. Com a experiência adquirida em tantos anos na política ele orientou que a programação priorizasse o cidadão, especialmente para que a população ficasse sabendo o que se passa no dia a dia da casa e o que cada vereador prega e pratica.
A transmissão, ao vivo, dos acalorados debates das reuniões plenárias fizeram a audiência subir vertiginosamente. Com uma boa programação musical e serviços de utilidade pública apresentados por profissionais qualificados. Se não teve dinheiro para anúncios em rádios, jornais e TVs comerciais, a Câmara passou a se utilizar das próprias emissoras para estabelecer contato direto com a população.
Aliás, implantações de práticas e serviços tradicionalmente muito reivindicadas na cidade têm sido comuns com a atual presidência da Câmara, como concurso público para contratações da casa (que há 30 anos não havia), criação de ouvidoria, modernização e agilidade nos serviços prestados, criação de postos de atendimento do TRE, Procon, Uai, Centro de Atendimento ao Cidadão, Internet Popular, incentivo à participação dos jovens na política, com a criação do Parlamento Jovem e tantos outros.
A Câmara Municipal passou ser percebida pelos sete-lagoanos e por consequência o trabalho de todos os vereadores passou a ter mais importância. Graças também às polêmicas causadas por tantas mudanças que a população ansiava. E toda mudança gera desconforto em alguém.