Apesar de 26 tremores em três anos em SL, professor afirma que abalos são comuns

O Centro de Sismologia da Universidade de São Paulo (Usp) e o Observatório Sismológico da Universidade de Brasília (UnB) registraram três tremores seguidos na madrugada e manhã desta terça-feira, 16 de janeiro de 2024, na região de Sete Lagoas.

O primeiro abalo ocorreu às 02h26 da manhã, com magnitude de 2.6 (Usp) a 2.8 (Unb), com epicentro no bairro São Dimas; o segundo tremor foi às 04h41, de magnitude 2.2 (Usp) a 2.5 (UnB), também no São Dimas. Já o terceiro tremor ocorreu às 08h40, de magnitude 2.0 (UnB) a 2.3 (Usp), com epicentro no bairro Esplanada do Moinho. Um outro abalo já tinha sido registrado na noite de domingo, 14, às 20h19, de magnitude 2.2 (UnB) a 2.3 (Usp), com epicentro no bairro Iporanga.

Desde o início dos recentes tremores, iniciados em 30 de abril de 2022, já foram registrados em Sete Lagoas 26 abalos, sendo 20 em 2022, dois em 2023 e quatro em 2024, até o momento.

“A movimentação da terra é algo comum e que pode liberar energia aos poucos. O tempo de duração do fenômeno vai depender da forma de acomodação”, explicou o geofísico, doutor em Sismologia e pesquisador do Observatório Nacional, Diogo Coelho, ao jornal O Tempo/Super Notícia, em junho de 2022.

“Todos os parâmetros são característicos de atividade sísmica natural na região. Chamamos essas sequências de tremores de enxame sísmico, mas não causam danos, pois são de baixa magnitude, embora preocupem a população, principalmente no período chuvoso”, resume o geofísico e professor da Usp, George Sand França.

O geofísico e professor da Usp, George Sand França

Defesa Civil
O consenso entre os especialistas é que tremores com magnitude 2, 3 e até 4 não gerem danos. “Mas vai depender do epicentro do tremor, de sua distância até a superfície e do tipo de imóvel construído naquele terreno, de sua fundação, entre outros fatores”, completa o coordenador da Defesa Civil Municipal, Sérgio Andrade. A Defesa Civil Municipal segue atenta aos relatos e dados emitidos pelos centros sismológicos, realizando visitas aos bairros e vistoriando imóveis que apresentem algum tipo de rachadura.

A população pode acionar a inspeção pelo telefone 153. Uma cartilha foi produzida pela instituição para orientar os moradores em caso de tremores mais fortes: https://www.setelagoas.mg.gov.br/detalhe-da-materia/info/defesa-civil-municipal-lanca-cartilha-para-orientar-populacao-sobre-abalos-sismicos/69291