segunda-feira, 16 de setembro de 2024

Agosto promete calor extremo e seca no Centro-Oeste e Sudeste do Brasil

Previsão climática indica temperaturas acima dos 35ºC e chuvas abaixo da média, agravando crise hídrica e energética na região.

Serra de Santa Helena. Foto: Roberta Lanza

O mês de agosto de 2024 será marcado por um clima severo nas regiões Centro-Oeste e Sudeste do Brasil, sem alívio das altas temperaturas e com chuvas significativamente abaixo da média. A previsão climática, divulgada pela modelo ECMWF, aponta que essas regiões enfrentarão mais um período de calor intenso, com termômetros superando os 35ºC, e umidade relativa do ar em níveis preocupantes, devido à persistência de um padrão de bloqueio atmosférico.

Em julho, o Brasil Central já sofreu com a seca e o calor, levando muitas cidades a adotar racionamento de água e enfrentar tarifas de energia mais altas devido à alta demanda. Infelizmente, o cenário não deve mudar em agosto, que trará condições ainda mais adversas.

Ondas de calor e seca intensa

De acordo com a previsão, as temperaturas se manterão elevadas ao longo de todo o mês, especialmente entre os dias 19 e 26 de agosto, quando as anomalias de temperatura serão mais pronunciadas. Estados como Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e São Paulo estão entre os mais afetados pelas ondas de calor, que podem intensificar a crise hídrica e energética já em curso.

Enquanto isso, a previsão de chuvas para a primeira quinzena de agosto é modesta, concentrando-se principalmente no litoral, desde Santa Catarina até a Bahia. A segunda metade do mês, no entanto, deve ser ainda mais seca, com acumulados de precipitação extremamente baixos no Brasil Central, reforçando a necessidade de medidas de contenção para enfrentar o período crítico.

Influência da Oscilação Antártica e o que esperar para o futuro

O clima severo de agosto está sendo fortemente influenciado pela fase negativa do Modo Anular Sul (AAO), um fenômeno que altera os ventos em torno da Antártida e tem impacto direto nas condições climáticas do Hemisfério Sul. O aquecimento da estratosfera contribui para essa fase negativa, levando a uma redução das chuvas e ao aumento das temperaturas em várias partes do Brasil.

Apesar das condições desafiadoras previstas para agosto, há uma expectativa de mudanças a partir de setembro, quando a instalação da La Niña, ainda que fraca, pode trazer chuvas mais próximas da média ou até acima dela. Essa mudança pode oferecer o alívio necessário após meses de seca e calor intenso.

Como enfrentar o calor de agosto

Diante das previsões, é essencial adotar algumas medidas para minimizar os efeitos do clima extremo. Manter-se hidratado, evitar atividades físicas ao ar livre durante os períodos mais quentes do dia, vestir roupas leves e ficar atento aos índices de umidade do ar são algumas das recomendações para enfrentar as dificuldades impostas por um dos meses mais quentes e secos do ano.

Embora as perspectivas para agosto sejam duras, a previsão de uma possível mudança no padrão climático a partir de setembro traz um alento, com a esperança de que as tão esperadas chuvas tragam alívio para as regiões mais afetadas do país.