Retrato em Branco & Preto

Uma bela foto, boas histórias e a crueldade do destino com dois grandes jogadores

por Chico Maia

Gérson, do Atlético, e Ailton, do Democrata, disputam uma bola observados pelo ponta Mauricinho, também do Galo / Foto: Célio Apolinário

Gérson, do Atlético, e Ailton, do Democrata, disputam uma bola observados pelo ponta Mauricinho, também do Galo. A foto foi feita por Célio Apolinário, em 04/06/1989, no Estádio Independência, Campeonato Mineiro. Foi 7 x 0 para o Atlético, campeão daquele ano, com três gols de Robertinho, Zanata (2), Batista e Marquinhos.

O Democrata tinha como patrocinador a Bombril, que instalou a sua fábrica em Sete Lagoas em 1987. O Jacaré foi um dos primeiros clubes do Brasil a se aproveitar da mudança na legislação que passou a permitir publicidade nas camisas.

Gérson foi artilheiro da Copa do Brasil de 1991, com sete gols, jogando pelo Atlético, que naquele ano venceu o Caiçara do Piauí, por 11 x 0, no Independência, maior goleada da competição até hoje. Até chegar ao Galo (1988/1991), o artilheiro passou pelo Santos, Guarani e Paulista de Jundiaí-SP. Depois foi para o Internacional de Porto Alegre (1992/1993), onde foi campeão gaúcho e da Copa do Brasil em 1992. Morreu aos 28 anos de idade, depois de drama e mistério, já que havia rumores de que estivesse infectado pelo vírus da Aids, depois confirmado por um diretor do clube gaúcho. A causa mortis foi toxoplasmose. A esposa Andréa, com quem Gérson teve três filhas, acusou o Inter de tê-lo abandonado nos piores momentos, conforme mostra essa reportagem do site da ESPN.

Ailton foi um ótimo zagueiro, mas também teve a carreira abreviada, aos 28 anos, por sucessivas contusões. Natural de Janaúba, jogou no júnior do América, onde era meia-esquerda. Uma contusão na bacia o afastou do Coelho e ele recomeçou no Ideal, de Sete Lagoas em 1984, como zagueiro.

Destaque no futebol amador da cidade, foi chamado pelo Democrata, aos 24 anos de idade e se destacava por ser um zagueiro clássico e também “porradeiro” quando o momento exigia, além de marcar belos gols de cabeça e em cobranças de falta. Uma cirurgia de meniscos e outra de ligamentos cruzados, fizeram-no desistir do futebol profissional. Voltou ao amadorismo onde se destacou novamente no Ideal, Paraopeba, São José de Jequitibá, até encerrar a carreira no Ideal, que lhe prestou grandes homenagens na despedida.

Ailton está com 59 anos de idade, atualmente trabalha na Siderúrgica CSS, mora em Sete Lagoas com a esposa Andréa, com quem tem o filho Matheus, 28 anos, Engenheiro Ambiental. E continua jogando futebol, e bem, agora no campeonato de veteranos do Clube Náutico de Sete Lagoas.