Turismóloga luta pela preservação de  acervo histórico do Museu do Ferroviário

Lourdinha Turismo mobiliza poder público para resgatar livros antigos com memórias dos ferroviários de Sete Lagoas e de várias regiões do Brasil.

Lourdinha defende, de maneira incansável, o fortalecimento da vocação turística da cidade

Por Roberta Lanza

A turismóloga Maria de Lourdes Pinto, mais conhecida como Lourdinha Turismo, tem dedicado sua trajetória à valorização do patrimônio cultural e histórico de Sete Lagoas. Fundadora da Lourdinha Turismo, membro do grupo Minas Recebe, do Circuito das Grutas e cidadã honorária do município, ela voltou sua atenção nos últimos meses para um problema delicado: a deterioração de um valioso acervo de livros localizado no interior de um antigo vagão do Museu do Ferroviário.

Segundo Lourdinha, os livros contêm registros históricos importantes sobre a história das ferrovias e relatos de ferroviários de várias regiões do país, incluindo Minas Gerais e Sete Lagoas. Ao perceber o estado de abandono de parte do material, ela mobilizou a Secretaria Municipal de Cultura e fez um apelo para que o acervo fosse avaliado e preservado.

“Quando entrei no vagão e vi aqueles livros preciosos sendo consumidos pela umidade e pelo tempo, senti que precisava agir. Era como se estivessem apagando uma parte da nossa memória”, relata.

Após a mobilização, os livros foram retirados do vagão e transferidos para uma sala no próprio Museu do Ferroviário. Apesar do avanço, Lourdinha acredita que o espaço atual ainda não faz jus ao valor do acervo. Ela reforça a necessidade de uma curadoria adequada: separar os livros bem conservados para uma futura exposição e buscar a restauração dos volumes danificados, com apoio de parceiros e recursos específicos.

Sua proposta é preservar registros da memória ferroviária que estão em situação de risco

“Estou contando com o apoio do servidor, o historiador Dalton Andrade, na sensibilização e nas providências cabíveis, conforme solicitado pela Secretaria de Cultura, tanto na atual gestão quanto na anterior, para que as ações realmente saiam do papel”, pontua.

Para Lourdinha, preservar os registros da memória ferroviária é também fortalecer o turismo cultural da cidade. “Cultura e turismo andam juntos. Resgatar e valorizar o passado é uma forma de preparar um futuro mais consciente e conectado com nossas raízes.”

A expectativa é que, com as articulações já iniciadas, o acervo receba o cuidado necessário para que possa ser acessado pelo público em exposições e atividades educativas, ampliando a visibilidade da história ferroviária de Sete Lagoas e seu papel no desenvolvimento da região.

“Espero, com esse movimento, estar contribuindo com a cultura de Sete Lagoas, ao chamar a atenção das autoridades e da sociedade para a importância desses livros, que guardam parte essencial da história da nossa cidade e do nosso povo. Agradeço especialmente à atual administração e à Secretaria de Cultura pelo retorno atencioso que recebi, informando que, no segundo semestre de 2025, serão tomadas as providências cabíveis para o acervo. Aguardo confiante que esse trabalho será concluído por esta gestão, com o cuidado e o respeito que essa memória merece”, finaliza Lourdinha.