Sete Lagoas, desde a quinta-feira passada (30/11), passa por um momento tenebroso quando o assunto é um dos principais cartões postais da cidade: a Lagoa Paulino. Daquela data, até o fechamento desta edição (07/12), três pessoas morreram após se aventurarem a nadar no local, o que é proibido por lei, assim como pescar.
Foram três casos, os nomes das vítimas não foram liberados para divulgação, em respeito às famílias. Segundo o Corpo de Bombeiros, que trabalhou demais nos últimos dias para localizar os corpos nas três ocorrências, em comunicado oficial, “as vítimas são pessoas em situação de vulnerabilidade que em tese não têm acesso a redes sociais, então não faz muito sentido campanha preventiva em redes sociais”.
E uma observação, no que diz respeito ao anonimato: “Outra preocupação é a possibilidade de divulgação em massa dessas ocorrências incentivar pessoas com tendência ao suicídio de tentar utilizar o local para esse fim. E por hora está sendo alinhado junto à prefeitura, medidas para intensificação da vigilância do local”, informou em comunicado.
A Prefeitura, com os casos, tomou medidas para evitar o nado nas lagoas da cidade.
– Nadar e pescar é proibido por lei em todas as lagoas públicas da cidade devido ao risco iminente de afogamento. A proibição é definida pelo Decreto nº 4066, de 26 de abril de 2010, e vale também para as lagoas Boa Vista, Cercadinho, Catarina e José Félix. Os registros de mortes na Lagoa Paulino foram nos dias 30 de novembro e 4 e 5 de dezembro. A localização central e a grande extensão do espelho d’água facilitam o acesso para o nado ao mesmo tempo em que dificultam o bloqueio dessas ações, bem como a fiscalização.
Segundo assessoria da Prefeitura, os locais já são monitorados, mas uma ação conjunta entre a Guarda Civil Municipal (GCM) e a Secretaria Municipal de Assistência Social e Direitos Humanos (Smasdh) foi iniciada na quarta-feira, 6 de novembro, que tem também o objetivo de conscientizar um público considerado alvo quanto a este tipo de ocorrência: pessoas em situação de rua.
“O patrulhamento é contínuo, mas diante dessas fatalidades, foi preciso intensificar. A abordagem está atingindo moradores em situação de rua e todos que solicitam informações sobre a legislação. Além dos riscos, os infratores responderão pelos seus atos com penalizações previstas no decreto”, esclarece o supervisor da GCM, Carlos Eduardo de Souza.
O Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua (Centro Pop) disponibilizou uma equipe de educadores que estão sendo estratégicos nas abordagens. O departamento mantém um cadastro atualizado de pessoas em situação de rua e ainda oferece diversos serviços para este público.
– A mensagem principal é para a não utilização da lagoa para o banho. Esclarecemos que o Centro Pop oferece local apropriado para isso e ainda disponibiliza café da manhã, emissão de documentos e orientação de diversos profissionais, explicou Leide Graziele Duarte, Educadora de Abordagem. O Centro Pop fica na rua Padre Henrique, 68, Centro.
O aviso é: caso o cidadão se depare com algum indivíduo nadando em uma das lagoas da cidade, deve acionar a GCM pelo 153 imediatamente.
FAZENDA VELHA
No dia 19 de novembro, por volta de 10h de um domingo, mergulhadores do Corpo de Bombeiros encontraram o corpo de um jovem de 17 anos que se afogou no início da tarde do dia anterior (17/11), na principal lagoa da comunidade de Fazenda Velha, zona rural de Sete Lagoas.
Na ocasião, um jovem de 17 anos teria submergido e não mais retornou à superfície. Duas viaturas e cinco militares do Corpo de Bombeiros de Sete Lagoas deslocaram até o local e realizaram buscas para localizar a vítima. O fato chocou, também, a comunidade local.
COMO PREVENIR AFOGAMENTOS
O Corpo de Bombeiros informa algumas dicas de como prevenir afogamentos em lagos, rios, cachoeiras e, em qualquer lugar:
– Prefira banhar-se em rios e balneários que disponham de guarda-vidas
– Respeite as sinalizações visuais de segurança, isolamentos de área de risco de afogamento, sinalizações sonoras e orientações dos guarda vidas.
– Em rios e lagoas, a visibilidade da água será naturalmente limitada. Opte por manter a água, no máximo, na altura da cintura e lembre-se que a profundidade em rios pode aumentar repentinamente.
– Nunca entre na água após a ingestão de bebidas alcoólicas ou uso de medicação que cause alteração psicomotora.
– Respeite seus limites e certifique-se de que possua prática, condição física e técnica antes de praticar atividade aquática em rios e balneários.
– Se estiver em perigo, mantenha a calma, flutue e acene por socorro. Não nade contra a correnteza.
– Em qualquer lugar: nunca ignore os riscos; cuide do seu bem mais precioso, a vida; nunca se coloque em risco para ajudar outra pessoa. Evite se tornar uma nova vítima; Auxilie apenas se for possível fornecer algum objeto flutuante, cordas ou galhos, de modo que não haja contato direto com a vítima.
– Cuide das crianças e das pessoas mais vulneráveis e com limitações físicas. Seja responsável por você e pelos outros.
– Evite distrações excessivas causadas pelo uso de celulares. As melhores imagens e memórias não são criadas pelas câmeras do celular, mas nas nossas lembranças.