sábado, 7 de setembro de 2024

Sete-lagoano, que mora na Argentina, tem sofrido ataques homofóbicos de casal de vizinhos

Há 9 anos em Buenos Aires, Eduardo Fiuza afirma que nunca tinha ocorrido antes 

O sete-lagoano Eduardo Fiuza mora em Buenos Aires há 9 anos e contou com exclusividade ao grupo Sete Dias que tem sofrido ataques homofóbicos e xenofóbicos de um casal de vizinhos desde outubro e o mais grave deles ocorreu em 7 de fevereiro. O caso tem gerado grande repercussão na mídia argentina, uma vez que os holofotes já estavam voltados para Eduardo tanto por ele ser ator, radialista e modelo, quanto por ter sido vítima e ajudado a denunciar um cirurgião plástico por procedimentos não consentidos e ilegais em setembro do ano passado.

Tudo começou com a morte de uma famosa atriz argentina e de outras três pessoas por complicações após procedimentos estéticos com um famoso cirurgião plástico, que era médico de confiança de Eduardo e que tinha se tornado seu amigo. O ator mineiro então desconfiou de que poderia ter acontecido algo irregular em seu último procedimento e após pressionar o médico e sua esposa, eles revelaram que tinha sido colocado silicone industrial em seus glúteos sem sua autorização. Além da preocupação com sua saúde, Eduardo conta que veio uma indignação e que, além de tomar as medidas judiciais necessárias, procurou a imprensa para que outras pessoas não passassem pelo mesmo. A mobilização da mídia foi grande devido às quatro mortes e o médico foi preso. 

Eduardo realizou vários exames e felizmente não há risco por enquanto de deslocamento ou absorção do produto que em grandes quantidades, como foi utilizado, é considerado ilegal. Devido a essa desagradável situação, os jornalistas e fotógrafos ficaram por vários dias em frente ao seu prédio para colher atualizações do caso com o ator que até então fazia apenas trabalhos sem grande destaque. Eduardo relatou que a população começou a reconhecê-lo na rua e se solidarizaram com sua situação, sendo muito acolhido por onde ia. Mas a maldade mora ao lado, um casal de vizinhos do mesmo andar de seu apartamento começou a insultar o brasileiro por sua orientação sexual, nacionalidade e pela imprensa estar mobilizada em torno dele. Eduardo chamou a polícia que lavrou uma medida protetiva de 90 dias.

Passado o prazo da medida, os vizinhos voltaram com os insultos e a fazer várias pequenas coisas para incomodar. Até que no dia 7 de fevereiro, os vizinhos começaram a bater na parede sem motivo. “Avisei os seguranças do meu prédio, eles falaram que eram os vizinhos de cima, mas os vizinhos de cima estavam de férias. Chamei a polícia por ruídos molestos e porque eu já tinha as medidas de proteção. A polícia veio conversou com eles e quando a polícia foi embora, o cara tocou campainha em casa, a mulher ficou na porta da casa dela e ele invadiu meu apartamento, me chamando de puto, marica, maricon que seria em português gay, viado, viadinho e estava com algo na mão para me machucar”, relatou.

Um outro vizinho ouviu a confusão e foi ajudar a conter o homem que não parava de vociferar agressões verbais. Assim que o agressor foi contido, Eduardo foi pra delegacia de posse de vídeos que gravou e estão disponíveis em seu Instagram. 

A partir deste dia, a polícia começou a fazer plantão na entrada do prédio e após novos insultos e tentativas de agressões no estacionamento, fica sempre um policial na porta do apartamento. Eduardo relatou que está tomando as medidas judiciais para que os vizinhos sejam punidos.

Por Ana Amélia Maciel