Perspectivas 2024
A montagem de todo elenco começa pela escolha do treinador, que junto com a diretoria, define quem fica no clube e quem será contratado. Ano passado, o veterano Wagner Mancini foi o responsável pela maioria das indicações e só na reta final foi substituído pelo argentino Fabián Bustos. Este ano, a aposta é na juventude do Cauan de Almeida, 34 anos, que já trabalhou no próprio América e era até outro dia auxiliar do Mano Menezes no Corinthians.
Em 2013 o ex-dirigente do Barcelona, Ferran Soriano, lançou um livro que se tornou uma “Bíblia” do futebol: “A bola não entra por acaso”. Quem segue os caminhos indicados lá raramente se estrepa. Quem não segue, dança feio. Caso do América ano passado.
A temporada 2023 terminou oficialmente no dia 6 de dezembro, mas no dia 8 de novembro a imprensa nacional já destacava o primeiro rebaixado do Brasileiro, o Coelho, que tomara de 3 a 0 do Coritiba (outro que seria rebaixado na sequência), em pleno estádio Independência.
No mesmo embalo, começavam sair as estatísticas do fim do ano e se destacava como o América líder em contratar jogadores com histórico de rebaixamento e presença no departamento médico. Sem falar naqueles envolvidos no esquema de apostas e armação de resultados, citados pela investigação do Ministério Público de Goiás.
O lateral Nino Paraíba e o atacante Henrique Almeida acumulavam a partir dali, o sétimo rebaixamento nas vidas deles. Passaram Rafael Moura, que foi rebaixado seis vezes, e que coincidentemente, também caiu com o Coelho (2018). Se aposentou em 2022.
O Globoesporte.com buscou dados nos departamentos médicos dos clubes da Série A 2023 e fez um ranking dos “chinelinhos”, e lá está o América, líder também, junto com o colega de rebaixamento Goiás, e o São Paulo. Cada um deles jogou um mínimo de 70 partidas na temporada. O Coelho teve 56 no estaleiro, seguido pelo Goiás, 55, e o São Paulo 54.
Com jogadores deste tipo, a fórmula do fracasso está garantida.
Rebaixamentos do Nino Paraíba: Vitória 2010 e 2014, Avaí 2015, Ponte Preta 2017, Bahia 2021, Ceará 2022 e o América 2023.
Henrique Almeida: Vitória 2010, Sport 2012, Bahia 2014, Coritiba 2017, Chapecoense 2019 e 2021, América 2023.
Rafael Moura, seis rebaixamentos: 2004 (Vitória), 2005 (Paysandu), 2010 (Goiás), 2016 (Figueirense), 2018 (América) e 2020 (Goiás).
Outro “rei” de rebaixamento é o ex-lateral Edílson, cinco vezes, mas não passou pelo América. O destaque aí é que ele fracassou com os dois maiores de Minas: Atlético 2005 e Cruzeiro 2019. Também contribuiu com as quedas do Athletico-PR 2011, Botafogo 2014 e Goiás em 2020.