Produção de ferro-gusa em Minas Gerais fecha 2024 em baixa, mas setor espera recuperação em 2025

A produção de ferro-gusa das usinas independentes de Minas Gerais encerrou 2024 com queda de 3,2% em relação ao ano anterior, totalizando cerca de 3,8 milhões de toneladas, segundo dados do Sindicato da Indústria do Ferro no Estado de Minas Gerais (Sindifer). Apesar do recuo, o desempenho foi melhor que a redução de 5% inicialmente projetada pela entidade.

 Segundo o Sindifer-MG, motivo para a queda foi a redução da demanda no mercado interno, já que aproximadamente 70% da produção foi destinada à exportação. Foto: Reprodução/Adobe Stock

O principal motivo para a queda foi a redução da demanda no mercado interno, já que aproximadamente 70% da produção foi destinada à exportação. Os Estados Unidos (85%) e os Países Baixos (10%) lideraram as compras internacionais.

“O resultado não foi o que gostaríamos, porque nosso objetivo era fechar 2024, pelo menos, com a mesma quantidade produzida em 2023, mas conseguimos diminuir a queda”, afirma Fausto Varela Cançado, presidente do Sindifer.

O setor também enfrentou a pressão de preços mais baixos para o ferro-gusa, um movimento que começou em 2023 e teve recuperação breve no início de 2024, mas voltou a cair. Segundo Cançado, a desvalorização do real frente ao dólar ajudou a amenizar parte das dificuldades no fim do ano.

Outro grande desafio foi o fechamento do Terminal de Aroaba, no Espírito Santo, utilizado para exportação. “Foi um problema que se agravou e gerou muita insegurança no setor. Tivemos que remanejar navios, buscar alternativas e, em muitos casos, até adiar embarques. Isso criou um transtorno muito grande”, destaca Cançado.

O terminal foi reaberto após litígios envolvendo a Vale serem resolvidos, mas o impacto na logística contribuiu para limitar os resultados do setor em 2024.

Expectativas para 2025

O Sindifer projeta uma recuperação expressiva para 2025, com expectativa de crescimento de cerca de 10% na produção. A previsão é impulsionada por uma possível melhora na demanda doméstica e pela perspectiva de valorização do ferro-gusa no mercado internacional.

Além disso, a lei sancionada em dezembro de 2024 para regulamentar o mercado de carbono no Brasil pode trazer benefícios ao setor. “Estamos confiantes de que essa nova regulamentação abrirá oportunidades e contribuirá para os resultados futuros”, enfatiza Cançado.

O otimismo é grande para os próximos anos, com o setor apostando em maior estabilidade e crescimento sustentável, superando os desafios enfrentados em 2024.

Com Sindifer e diariodocomercio.com.br/