
Rolando Lero continua em ação no Cruzeiro. Problema agora é o “peso” da camisa e “distopia”
No início da “era Ronaldo” SAF, dizia-se que todo jogador gostaria de jogar pelo Cruzeiro, porque além do dono ser um dos maiores ex-jogadores de futebol do mundo, o “peso” da camisa era diferenciado e atraía qualquer um.
Na entrevista que deu para explicar a saída do diretor Paulo Martins, o braço direito do Ronaldo, ex-zagueiro Paulo André, disse que o peso da camisa atrapalha os jogadores: “Eu brinco que, se o nosso time estivesse com outra camisa, teríamos feito muito mais pontos. A gente vai continuar sendo um time em construção até conseguir voltar a grandeza do Cruzeiro e dizer que vamos ter o objetivo de ser campeão. Há uma frustação pelo tempo de espera, mas entendemos que há uma normalidade. O crescimento oscila”.
Depois veio com outra frase, em que uma palavra obrigou muita gente a recorrer aos dicionários: distopia: “Temos premissas que embasam um clube que, com a receita que temos hoje, com os objetivos que temos, temos que traçar. Há uma distopia, que é o grande causador dessa diferença entre expectativa e realidade. Essa camisa é pesada para caramba. Aí você não consegue trazer jogadores que, muitas vezes, não consegue”.
De acordo com a mestra em Ciências da Comunicação, Juliana Theodoro, distopia é “a representação de uma realidade ou sociedade imaginária opressora e aterrorizante. É o oposto de utopia. O termo distopia acaba por caracterizar um gênero artístico que apresenta um imaginário sobre o futuro, em que este é lugar de opressão e violência, geralmente sob regimes políticos totalitários…”
Hummmm. Aí me lembrei que dos tempos em que o Paulo André liderou o movimento Bom Senso FC, que reivindicava benefícios para os jogadores e ameaçava a CBF com uma possível greve. Na época, 2013, o discurso era: “Eles estão brincando com o fogo, e os atletas estão chegando no limite de sua paciência. Nao sei se a greve é para agora, mas se continuar desse jeito, ela vai acontecer”.
E nada mudou!
A torcida espera que o Cruzeiro mude. Paulo Martins não mostrou eficiência no cargo e se foi. Paulo André ficará interinamente no cargo, até conseguir alguém competente para a função.
Enquanto isso, os cruzeirenses continuarão nessa “distopia”.