Primeira vitória de Fernando Diniz à frente do Cruzeiro foi na hora certa

por Chico Maia

Foto: x.com/Cruzeiro

Garantiu o time na final da Copa Sul-americana no tempo normal, depois do 1 a 1 no jogo de ida, no Mineirão.

Jogo de muita determinação dos dois times, de muito mais empenho e garra do que tecnicamente. Partida boa de se assistir, com lances de perigo de lado a lado até o último apito do árbitro paraguaio Juan Gabriel Benitez.

Aliás, excelente arbitragem, que resistiu a toda a pressão dos jogadores, comissão técnica e torcida do time argentino, no acanhado estádio La Fortaleza. A turma do Lanús está chiando sem razão.

Cássio fez ótimas defesas, principalmente no segundo tempo. O zagueiro João Marcelo foi um gigante, com a bola nos pés e no exercício da liderança, orientando os companheiros. Kaio Jorge foi decisivo, autor do gol da vitória e muita participação durante todo o jogo.

Assisti a classificação do Cruzeiro pela ESPN da Argentina e a choradeira deles é a mesma dos uruguaios após a goleada do Botafogo sobre o Peñarol. Lembraram que a Libertadores terá dois brasileiros na final e que a Sul-americana corre o mesmo risco, já que o Corinthians poderá ser o adversário do Cruzeiro, caso passe pelo Racing. “Perdeu a graça”, disse um comentarista.

Perdeu a graça pra eles, de uns 15 anos prá cá, já que não conseguem mais ganhar no grito, na pedrada, na pressão e nos bastidores da CONMEBOL. Também costumam dizer que a culpa é da diferença econômica do Brasil para os demais países sul-americanos. Bobagem. Tese que cai por terra quando nos recordamos que o grande Palmeiras, endinheirado nos tempos da Parmalat, com um time de estrelas, não conseguiu ser campeão da Libertadores.

A verdade é que com as mortes do paraguaio Nicolas Leoz, presidente da CONMEBOL, e de Julio Grondona, presidente da AFA e dono do tabuleiro do xadrez e fortíssimo na FIFA, eles perderam o poder descomunal que tinham nos labirintos do poder. Montavam tabelas à maneira deles, escalavam os árbitros de encomenda em partidas decisivas e amaciavam jogadores, técnicos e torcidas nos julgamentos.

Com a instalação de mais de 30 câmeras de TV e segurança nos jogos oficiais e a chegada do VAR, o antijogo teve um duro golpe e os clubes brasileiros passaram a se interessar mais pelas competições continentais.

Na entrevista à ESPN (foto) argentina após a classificação, o zagueiro argentino Villalba fez uma média com seus patrícios, dizendo que a diferença de investimentos dos clubes brasileiros para os demais da América do Sul explica o porque de só dar brasileiros nas decisões.