Prefeito Douglas Melo apresenta diagnóstico econômico-financeiro de Sete Lagoas e desafios para o desenvolvimento

Na manhã da última quarta-feira (15/01), o prefeito Douglas Melo apresentou, em seu gabinete, o diagnóstico econômico-financeiro elaborado pela empresa Intelectual Governança durante o período de transição de governo. Além de representantes do instituto, o encontro contou com a presença de vereadores e grande parte do secretariado municipal.

O prefeito Douglas Melo e seu vice Dr. Euro Andrade acompanham apresentação. Fotos: Assessoria

Com base nos números apresentados, Douglas Melo enfatizou a necessidade urgente de Sete Lagoas desenvolver um plano econômico consistente, melhorar a arrecadação e criar um ambiente favorável à atração de investimentos. “Precisamos fazer o dever de casa e recuperar o potencial da cidade para atrair investimentos. Não existe receita pronta para aumentar a arrecadação, mas vejo neste diagnóstico uma oportunidade de exercer nosso mandato de forma mais eficiente. Contamos um secretário técnico e capacitado para trabalhar na atração de indústrias, incentivar nossa diversidade econômica e valorizar o funcionalismo público”, destacou o prefeito.

Situação orçamentária e desafios

De acordo com Alisson Moraes, representante da Intelectual Governança, o município enfrenta desafios significativos relacionados à sua situação orçamentária. Ele ressaltou que o principal problema é o baixo percentual de investimento público, agravado pelo elevado comprometimento das receitas com a folha de pagamento.

“É impossível realizar investimentos consistentes com um comprometimento tão alto em folha de pagamento. Observamos que, nos últimos dez anos, a arrecadação municipal cresceu pouco em comparação a outras cidades de porte semelhante, enquanto as despesas aumentaram de forma desproporcional”, afirmou Moraes.

Ele destacou que a solução para esse cenário passa por duas frentes principais: ampliar a capacidade arrecadatória e controlar melhor as despesas públicas. Moraes também chamou atenção para a posição desfavorável de Sete Lagoas no ranking estadual de arrecadação per capita, que piorou significativamente, caindo cerca de 200 posições.

“Essa queda significa menos políticas públicas, menor capacidade de entrega de serviços e investimentos para a população. Esse é um dos maiores desafios para a atual gestão”, concluiu Alisson Moraes.

Caminhos para o desenvolvimento econômico

Gabriel Vaz, economista da Intelectual Governança, apontou as principais ações necessárias para impulsionar o desenvolvimento econômico de Sete Lagoas. Ele destacou dois pilares iniciais: eficiência na arrecadação e atração de investimentos.

“Sete Lagoas precisa ser vista não apenas como uma cidade com potencial econômico, mas como um lugar onde esse potencial se torna realidade. A localização estratégica, próxima à região metropolitana, deve ser explorada por meio de um plano robusto de desenvolvimento econômico e de marketing territorial eficiente”, explicou Vaz.

O economista também sugeriu diversificar as atividades econômicas locais, que ainda dependem fortemente da siderurgia. Ele mencionou que o setor agropecuário, por exemplo, representa apenas 1,23% do estoque de empregos, indicando que os esforços nesse segmento podem ser reavaliados.

Uma das sugestões práticas foi capacitar empresários e comerciantes locais para participar de licitações públicas. “Isso mantém a renda das licitações na cidade e reduz custos para a prefeitura, aumentando a concorrência. É uma iniciativa pontual, mas com impacto estratégico significativo para o desenvolvimento econômico”, completou.

Gabriel Vaz concluiu reforçando que um ambiente atrativo para investimentos e ações bem direcionadas são fundamentais para transformar Sete Lagoas em uma cidade economicamente competitiva e próspera.