
A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG), por meio da unidade em Cordisburgo, finalizou o inquérito de um esquema de arrecadação online de dinheiro, baseado em alegações falsas sobre uma doença grave. Duas mulheres, ambas técnicas de enfermagem, foram indiciadas sob suspeita de estelionato e uso de documento falso.
As investigações indicaram que as suspeitas, de 36 e 40 anos, teriam obtido aproximadamente R$ 60 mil alegando falsamente que o valor seria destinado ao tratamento de um câncer de pâncreas.
O Golpe
Um casal procurou a Polícia Civil em 25 de outubro, relatando que havia sido enganado. Segundo os depoimentos, a mulher de 36 anos, ex-cunhada de uma das vítimas, afirmou estar com câncer no pâncreas e solicitou ajuda financeira para o suposto tratamento. A vítima transferiu inicialmente R$ 1 mil, valor que foi seguido por outra quantia semelhante de seu companheiro, além de outras contribuições que foram pedidas posteriormente.
Para manter a farsa, a suspeita entrou em contato frequente com as vítimas, enviando supostos laudos médicos que comprovavam a doença e requisitando mais apoio financeiro. Para aumentar os recursos, criou ainda uma vaquinha virtual. No entanto, o casal começou a desconfiar ao notar que um dos laudos era assinado por um otorrinolaringologista, área sem relação com o tratamento oncológico alegado.
Desdobramentos da Investigação
A investigação, conduzida pela Delegacia de Polícia Civil em Cordisburgo, identificou outras vítimas e o envolvimento de uma segunda mulher, a técnica de enfermagem de 40 anos, que acompanhava a investigada de 36 anos em consultas e ajudava a sustentar a história falsa.
De acordo com os levantamentos, essa segunda suspeita chegou a informar aos pais da investigada que um tumor de 30 centímetros teria sido removido em cirurgia. Além disso, visitas frequentes eram realizadas na casa dos familiares, onde a técnica administrava medicamentos, inclusive de forma venosa, na suposta paciente.
Em seu depoimento, a mulher de 36 anos afirmou que acreditava ter uma “doença espiritual”, sem qualquer comprovação médica, e que havia compartilhado essa crença com sua colega, a qual, segundo ela, decidiu falsificar os laudos médicos, usando modelos retirados da internet e assinados de forma fraudulenta. A suspeita também relatou que a técnica aplicava nela medicamentos controlados, sem prescrição, e que as duas dividiam o dinheiro arrecadado na campanha online.
A Polícia Civil orienta que outras possíveis vítimas compareçam à Delegacia em Cordisburgo para formalizar o registro da ocorrência e receber orientações sobre os próximos passos.