terça-feira, 22 de outubro de 2024

Mulher é condenada a 23 anos de prisão por planejar a morte do marido em Sete Lagoas

Mayara Almeida de Sá Silva foi condenada pelo Tribunal do Júri; crime ocorreu em 2022 no bairro JK e envolveu irmãos de alta periculosidade.

Nesta terça-feira, 15 de outubro, o Tribunal do Júri da Comarca de Sete Lagoas condenou Mayara Almeida de Sá Silva a 23 anos e 8 meses de prisão em regime fechado. Ela foi considerada culpada por arquitetar o assassinato de seu marido, Arley Vaz da Silva, em outubro de 2022, no bairro JK.

De acordo com as investigações, Arley foi abordado no dia 22 de outubro de 2022 e, sob a mira de uma arma de fogo, foi forçado a sair do carro e se ajoelhar. Em seguida, foi executado com dois tiros, sem qualquer chance de defesa. Ele não possuía antecedentes criminais e deixou dois filhos menores de idade.

O julgamento de Mayara é o primeiro passo no desfecho deste caso, que também envolve outros dois acusados: os irmãos gêmeos Fábio e Flaviano Ribeiro de Assis, conhecidos como os “Gêmeos do São Francisco”. Considerados de alta periculosidade, eles estão aguardando julgamento em processos separados, já que o caso foi desmembrado. Os dois são acusados de executar o crime a mando de Mayara e são suspeitos de outros homicídios com modus operandi semelhante.

Segundo indícios revelados durante o andamento do processo, os irmãos gêmeos podem ter sido responsáveis por outro assassinato ocorrido em 8 de fevereiro de 2023, apenas quatro meses após a morte de Arley. A juíza responsável pelo caso destacou que os crimes apresentam características idênticas, sugerindo que os gêmeos estavam envolvidos em uma série de execuções de companheiros das mulheres com quem se relacionavam.

Durante as investigações, a quebra de sigilo telefônico de Mayara e dos irmãos revelou detalhes perturbadores. Mensagens interceptadas mostraram que Mayara tinha uma inclinação por criminosos e que ela mantinha contato próximo com os gêmeos, tentando, inclusive, encobrir suas participações no assassinato de Arley.

Antes de ser presa, Mayara ficou foragida por um período e tentou, sem sucesso, obter um habeas corpus. Em sua defesa, ela alegou que deveria ter direito à prisão domiciliar por ser mãe de uma criança de 11 anos. O pedido foi negado pela juíza, que determinou sua prisão preventiva em regime fechado. Atualmente, ela está detida em Vespasiano.

A condenação de Mayara encerra um capítulo importante do caso, mas os desdobramentos continuam, com o julgamento dos gêmeos Fábio e Flaviano ainda por ocorrer. A expectativa é que o Tribunal do Júri se pronuncie em breve sobre a participação dos irmãos nos crimes, que podem estar ligados a uma série de outros homicídios.