por Chico Maia

É a primeira edição, para experiências e testes em todos os aspectos visando a Copa de 2026, um “laboratório”, dentro e fora das quatro linhas. O que for aprovado pelo público e patrocinadores será implantado ano que vem, na Copa, e posteriormente nos países filiados à FIFA.
As câmeras instaladas no fone, perto do queixo dos árbitros permitem que o telespectador veja a mesma coisa que o apitador está vendo no momento dos lances. Interessante.
Tem tudo para dar certo e bombar nas próximas edições: 32 times, teoricamente os melhores de cada cointinente. Nessa barca, surge um Auckland, da Nova Zelândia, time amador, que toma de 10 do Bayern de Munique. Faz parte, afinal é o super campeão da Oceania.
O público nos estádios está muito aquém do esperado, por um motivo simples: em sua maioria esmagadora, que lota os estádios para ver o “soccer”, que é o nosso futebol, são os latinos, africanos e asiáticos, que moram aqui. Muitos deles, ilegais. Desde que assumiu o governo Trump, batidas são realizadas diariamente em todo o país, numa verdadeira caçada a quem não tem permissão para estar aqui.

No início, a polícia anti-imigração realizava essas operações antes de começar os grandes eventos, seja do que for, mas quem já estava nos locais dava o alarme e ligava para avisar a quem estava indo ou que poderia ir. A polícia mudou a estratégia e passou a realizar essas batidas depois dos shows, dos jogos de futebol, basquete, baseball, enfim. Não dá tempo de ninguém ser avisado antes. Uma verdadeira arapuca, que agora está espantando milhares de torcedores.
Os preços dos ingressos variavam de 100 a 900 dólares. Com o fracasso das vendas a FIFA baixou para 60 o preço mínimo e devolveu diferenças para quem já tinha comprado, desde o primeiro jogo. Para que as TVs não mostrem muitas arquibancadas vazias, momentos antes dos jogos a FIFA promove mudanças de lugares de torcedores, tirando-os de lugares mais baratos, passando-os para as cadeiras que ficam bem em frente às cameras, que custam mais caro. Um “up-grade”.
Na Copa do Catar em 2022 quase não se usou papel, tanto nos ingressos quanto nas entradas da imprensa, estatísticas das partidas, antes, no intervalo e depois do apito final, enfim. Nessa, quase não há mais papel para nada e 2026 deverá o fim da era papel numa Copa.
Nas TVs convencionais e pouquíssimos jornais impressos, raramente se fala desse Mundial de Clubes. Os assuntos predominantes são as guerras de Israel contra o Hamas e Iran, Rússia x Ucrânia e as batidas da polícia anti-imigração, além dos protestos nas ruas, cada vez maiores e em mais cidades, se espalhando Estados Unidos afora.
Nas ruas, nada faz lembrar que há uma competição envolvendo os maiores clubes de futebol mundo por aqui. Aglomerações e festas de torcedores, somente nos estádios, em dias de jogos. Muitos podem ser vistos também em shoppings, em compras. Destaque absoluto para os torcedores do Boca Juniors, em quantidade e animação.
Os estádios estão cada vez mais se parecendo com teatros, com muito conforto e facilidades de acesso para a platéia. Pagou, está no ceu. Não tem dinheiro, não passa nem perto.
Nos bares, o petisco mais barato custa 3,5 dólares. Um Kebab (sanduiche grego/árabe), custa 25 dólares. Cerveja long-neck, varia de 10,75 a 14 dólares. Tem Heineken, Michelob Ultra Can, Premium e Domestic Draft Beer (a mais barata).
Água mineral 6, refrigente 12,75 dólares; café expresso, 6 dólares, mas há mais duas opções: americano, 8 e com leite (frio ou quente), 9 dólares.
Para a imprensa nenhuma gracinha. Nem água é de graça. Mesmo preço cobrado nos bares da torcida.
Teoricamente cada credenciado oficial tem direito a uma vaga destacionamento, mas o QR code da vaga e acesso nunca chega. O jeito é morrer em 40 dólares, que o preço igual pra todo mundo. Nem centros de imprensa há nos estádios dessa Copa de Clubes, à excessão de Nova Yorque. Mas a FIFA jura que ano que vem haverá em todos, como em toda Copa.
Dentro de campo, melhor time que vi até agora foi o Paris Saint Germain nos 4 a 0 sobre o Athletico de Madri. Teve um espanhol que pôs culpa no calor, como se o PSG também não fosse da Europa. Entre os brasileiros, gostei mais do Fluminense, que fez um bom jogo conrtra o Borússia, apesar do zero a zero.