
Às margens do Rio das Velhas, em Matozinhos, a Fazenda da Jaguara guarda quase três séculos de história que atravessam o ciclo do ouro, o período colonial e a modernização do século XX. Fundada em 1714, no distrito de Mocambeiro, foi sede do chamado “Vínculo da Jaguara”, conjunto de fazendas inalienáveis criado por decreto de D. Maria I em 1787, que destinava parte dos lucros a obras beneficentes. Tombado em 1996 pelo patrimônio estadual, o conjunto reúne a casa sede, galpões, moinho e, em especial, as ruínas imponentes da Capela de Nossa Senhora da Conceição, construída na década de 1780 e atribuída ao traço de Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho. Ao longo do tempo, passou por transformações, inclusive durante a gestão do engenheiro inglês George Chalmers, que promoveu melhorias, mas também demolições e dispersou parte de seu acervo artístico. Hoje, entre estruturas preservadas, ruínas escoradas e lembranças de um passado que moldou a região, a Fazenda da Jaguara segue como marco da memória histórica e cultural de Minas Gerais.