quarta-feira, 18 de setembro de 2024

Carol Loiola, diretora do SindUte, faz análise sobre encontro com candidatos a prefeito de Sete Lagoas

No último sábado (14/09) o Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação (SindUte) Subsede de Sete Lagoas, promoveu um encontro dos quatro candidatos a prefeito com trabalhadores e trabalhadoras da Educação.

Os candidatos a prefeito de Sete Lagoas na sucessão municipal deste ano são, por ordem alfabética: Douglas Melo, Dr. Jamilton, Juninho Sinonô e Júnior Sousa.

Abaixo, segue análise de Carol Loiola, professora e diretora sindical do Sind-Ute; além de presidente das Associação de Mulheres na Política de Sete Lagoas (ASPOLI) e região:

Por Carol Loiola

Eu, Carol Loiola, apresento uma análise particular sobre o encontro entre os candidatos a prefeito de Sete Lagoas. Estiveram presentes Douglas Melo (PSD), Dr. Jamilton Santos (PT), Juninho Sinonô (Novo) e Júnior Souza (PRD):

O primeiro a se apresentar foi Jamilton Santos. Em sua fala, percebeu-se que o candidato não apresentou um plano concreto com propostas formuladas para a educação, apesar de ser um apoiador das causas. Destacou a necessidade de investir mais recursos financeiros na área e discursou muito sobre sua experiência com a educação pública e privada, mencionando que seus filhos estudaram nos EUA, onde a educação pública é, segundo ele, excelente e a privada ruim.

A comparação não fez muito sentido para mim, mas foi o único candidato que se comprometeu de fato a fazer tudo o que fosse possível para a categoria. Destacou também a construção de um novo Plano de Cargos, Carreiras e Salários. “Isso é natural, pois vivi a vida como trabalhador da Embrapa e lá há essa valorização”, afirmou. O candidato considerou a educação e a saúde como necessidades básicas que exigem amplo investimento, mas poderia ter se preparado melhor, pois perdeu minutos importantes na auto-divulgação.

Juninho Sinonô, empresário e candidato a prefeito, fez o dever de casa ao apontar problemas do sistema educacional, pesquisando as questões, inclusive nas zonas rurais, e apresentou demandas reais. Foi notável sua incoerência em relação à sua ideologia política, com uma plataforma conflitante. Chegou a afirmar que não são necessárias mudanças e que não necessariamente comunga com parte da sigla Novo, a qual defende a privatização das escolas públicas estaduais. A incoerência foi evidente, já que ele pertence ao mesmo partido do governador Romeu Zema, que é favorável à privatização. Sua fala foi voltada para a iniciativa privada, o que me causou preocupação.

O vereador Júnior Sousa, assim como Juninho, fez o dever de casa ao pesquisar a realidade e as demandas da educação, apresentando problemas e necessidades reais e demonstrando vontade de fazer diferente. Manifestou preocupação com a saúde dos profissionais e a necessidade de criar um grupo para mudar essa realidade, ouvindo e dando suporte aos profissionais para evitar adoecimento e perda da capacidade laboral. Sua fala foi suave, envolvente e com a propriedade de quem vem de uma origem humilde. Entretanto, me preocupa o partido dele e a vice, que têm um perfil mais elitista e pouco fizeram na vereança. Júnior lembrou sua história simples e de origem humilde, egresso da escola pública municipal rural E.M. Professor Teixeira da Costa no Tamanduá, com uma fala cativante e sensível.

O deputado estadual e vice-líder do Governo na Assembleia Legislativa, Douglas Melo, resgatou suas origens ao lembrar que sua família está ligada à educação e, por isso, sente-se conhecedor das necessidades dos servidores da educação em Sete Lagoas. O candidato usou boa parte do tempo tentando demonstrar que representa a educação na ALMG, rebatendo críticas de ser inimigo do funcionalismo e se abstendo de votações que poderiam prejudicar os servidores da educação, já que era vice-líder do governo, “ajudando” assim a categoria. Ele apresentou a necessidade de investir em educação – sem entrar em detalhes – e a necessidade de rever o vale-transporte para todos, independente da remuneração recebida.

Destaca-se que o clima estava cordial entre todos os candidatos e suas assessorias. O mais importante é que todos assinaram a carta-síntese das reivindicações da categoria para que a educação seja realmente valorizada como precisa e deve ser.