por Chico Maia
Ganância e abusos existem no mundo inteiro, mas quando o ganancioso passa da conta, quebra a cara. Nem a cidade mais cobiçada e visitada do mundo escapa. Ano passado, hotéis e restaurantes de Paris subiram os preços de forma absurda para receber o público dos Jogos Olímpicos. Quebraram a cara com a chuva de cancelamentos de pacotes turísticos e reservas de gente do mundo inteiro.
Nos dias que antecediam a cerimônia de abertura, 26 de julho, a “Cidade Luz” estava vazia, em comparação aos dias normais.
Durante os jogos, a mesma coisa, ao ponto de bares e restaurantes famosos da Avenida Champs-Élysées, fecharem mais cedo para diminuir o tamanho do prejuízo.
Às 21 horas de uma quinta-feira, estávamos nas imediações do Arco do Triunfo, à procura de um bar para uns “chás com torradas”, depois do expediente. Diante daquele cenário vazio, o jornalista Gustavo Mendicino, da Rede Minas (foto), questionou:
__ Uai, mas essa não é a avenida dos bares e restaurantes mais procurados do mundo?
Sim, mas em função dos abusos os turistas boicotaram.
Autoridades públicas e entidades empresariais se reuniram, anunciaram a redução drástica nos preços, mas era tarde. Paris ficou vazia durante quase toda a Olimpíada. Uma beleza para quem não gosta de filas para entrar em qualquer lugar.
Belém, a capital do Pará, vai sediar a 30ª Cúpula do Clima das Nações Unidas (COP 30), de 10 a 21 de novembro. O atraso das obras não é problema perto da ganância do empresariado hoteleiro e restaurantes. Hotéis cujas diárias variam entre 300 e 500 reais durante a famosa festa do Círio de Nazaré, estão cobrando em torno de 5 mil.
Tem um caso famoso de um estabelecimento que em 2023 se chamava Hotel Nota 10, passou por uma reforma e mudou de nome para Hotel COP 30. A diária que era de 70 reais, agora custa 6,3 mil.
Agora há pouco li no twitter @GloboNews: “Começam a surgir as primeiras ausências confirmadas para a COP30, que será realizada em Belém. Segundo a emissora pública da Áustria, o presidente do país não participará do evento. O motivo, segundo o canal, são os custos “particularmente altos” da viagem, que estariam fora do orçamento da presidência. A delegação austríaca será representada pelo ministro do Meio Ambiente.”
Áustria senhores, Áustria! Imaginem países com menos dinheiro, cujos governantes sejam sérios e se recusem a torrar dinheiro público com abusos!
