Pela primeira vez nos 94 anos de história da Ordem dos Advogados do Brasil-MG -, Sete Lagoas terá um representante ocupando cadeira na diretoria. De tradicional família de renomados advogados da cidade, o Dr. Adriano Cotta de Barros, 43 anos, atual presidente da 49ª Subseção da OAB, ocupará a Diretoria Institucional, a partir de janeiro, a convite do presidente eleito no dia 17 de novembro, Gustavo Chalfun, para o triênio 2025/2027.
Filho do advogado Geraldo José de Barros e Silva (Geraldinho), que também foi presidente da OAB Sete Lagoas, e de Cléa Mara Fernandino Cotta e Silva, irmão de Gustavo e Bruno, Adriano graduou-se em Direito em 2005 pela PUC-MG. Especializou nas áreas Civil, Processual Civil e Eleitoral.
Antes, estudou em Sete Lagoas, na Escola Estadual Arthur Bernardes e Colégio Regina Pacis. Em Belo Horizonte, no Colégio Soma e finalmente na Pontifícia Universidade Católica. Adriano Cotta de Barros é casado com a também advogada Gabriella Máximo, especialista em legislação de trânsito, com quem aguarda a chegada do primeiro filho, Gabriel.
Profissionalmente, atua no dia a dia no escritório Barros & Ribeiro Sociedade de Advogados, do qual é sócio. Otimista com 2025, a única coisa que atualmente incomoda ao Dr. Adriano é o Atlético, que tem feito todo atleticano apaixonado, como ele, passar muita raiva
Ele falou ao jornal SETE DIAS sobre os seus dois mandatos à frente da OAB/SL e sobre a futura experiência como primeiro representante da advocacia sete-lagoana na diretoria da OAB estadual.
SETE DIAS: Quando chegou a hora de decidir qual curso superior fazer, só pensou no Direito ou havia outras opções?
Adriano: A vida inteira sempre quis fazer o curso de Direito para, exclusivamente, advogar. Nunca pensei em fazer qualquer tipo de concurso público. Verdadeiramente, penso ser vocacionado para a advocacia.
SD: Quando e como foi a sua entrada para a diretoria/ conselho da Subseção da OAB Sete Lagoas?
ADRIANO: Em 2007, na gestão do Dr. Cilson José da Silva, fui convidado para participar da comissão da OAB/Jovem, sendo o meu primeiro contato com o sistema OAB. Já em 2013, na gestão do Dr. Benjamin Junior, fui convidado a estar como Diretor-Secretário Geral Adjunto, ficando por dois mandatos. Em 2019 lancei minha candidatura à presidência, onde também permaneci por dois mandatos, finalizando agora ao final do ano. ‘A sociedade, as autoridades e os próprios advogados sabem que hoje há uma OAB atuante em Sete Lagoas.”
SD: O que você considera como principais conquistas das suas gestões à frente da OAB/SL?
ADRIANO: A que muito me orgulha, foi o resgate ao respeito e o senso de pertencimento antes perdido. Toda a nossa diretoria e conselho trabalhou incansavelmente e de forma abnegada para que isso fosse possível, já que percebíamos que nossa advocacia não mais tinha o respaldo de outrora. O diálogo entre os órgãos públicos em todas as esferas e posicionamentos firmes e pontuais foram cruciais. Conseguimos isso e penso ser um caminho sem volta. A sociedade, as autoridades e os próprios advogados sabem que hoje há uma OAB atuante em Sete Lagoas.
Também fizemos melhorias estruturais para melhor exercício profissional, como a reestruturação de novos equipamentos nas salas da OAB, a reforma do parlatório do presídio local, a reforma da sede administrativa, a construção do escritório compartilhado exclusivo para a advocacia e, por fim, a construção da nova sede social que será um amplo espaço para eventos e prática esportiva, em um terreno de mais de 4.000 m² doado pela Prefeitura Municipal, que dará autonomia financeira para a OAB Sete Lagoas.
SD: Como você se sente como o primeiro advogado de Sete Lagoas a compor a Diretoria da OAB de Minas Gerais?
ADRIANO: Vejo como uma porta de entrada para que outros colegas de Sete Lagoas possam também fazer parte e, justamente por isso, a responsabilidade aumenta. Não tenho dúvidas, que o trabalho que foi realizado em nossa gestão propiciou este convite realizado pelo presidente eleito da OAB/ MG, Dr. Gustavo Chalfun e do atual presidente Sérgio Leonardo. Agradeço a toda minha diretoria, Conselho e representantes da CAA/MG que caminharam junto comigo e fazem parte desta história.
SD: Você será sucedido na presidência pela Dra. Dayanne Giacomini de Figueiredo, primeira mulher a comandar a 49ª Subseção da OAB/SL. Como foi este processo sucessório?
ADRIANO: Estou muito feliz com tudo isso. A Dayanne é uma grande amiga e excelente gestora. Caminhamos, literalmente, lado a lado nestes últimos seis anos. Sempre fiz questão que ela estivesse comigo em todos os atos, e tenho muito orgulho disso. Foi uma sucessão natural. Ela conquistou este espaço. Fez um trabalho brilhante, é competente, inteligente, dedicada e comprometida. Tem um verdadeiro amor pela profissão e é defensora feroz das prerrogativas dos advogados. Não tenho dúvidas que teremos uma grande presidente e torço para que sua gestão seja ainda mais exitosa. Agora, é inacreditável que em mais de 50 anos de história, somente agora teremos uma mulher na presidência da OAB Sete Lagoas, mas fico muito feliz que seja com a Dayanne e, que fiz parte dessa construção.
SD: A OAB tem papel fundamental da democracia brasileira. Como você avalia os momentos turbulentos no país, em que o nosso Poder Judiciário tem sido tão contestado por parte da sociedade?
ADRIANO: O papel da OAB também é ser porta voz da sociedade, defensora da Constituição e do estado democrático de direito. O Conselho Federal se posiciona em situações que muitas vezes desagradam certas pessoas por questões de partidarismo. A OAB é apartidária e assim deve permanecer para continuar tendo a sua independência. Não raramente, a OAB Federal vem sendo instada a se manifestar acerca de ilegalidades no poder judiciário e isso tem feito, porém, não tão amplamente divulgado. A OAB é uma instituição muito respeitada e se a sociedade pede a sua manifestação é porque ela (sociedade) acredita e a credibiliza.
- Fonte: Jornal Sete Dias