Internada desde junho no Hospital Silvestre com uma infecção pulmonar grave, Angela Ro Ro passou por uma série de complicações, incluindo traqueostomia. Recentemente, contraiu nova infecção e não resistiu.
Dona de uma voz inconfundível e de um estilo que misturava blues, samba-canção, bolero e rock, Angela Ro Ro foi um dos nomes mais autênticos da música popular brasileira.
A trajetória de Angela Ro Ro
Nascida Angela Maria Diniz Gonsalves, recebeu o apelido Ro Ro ainda na infância, por sua voz grave. Começou a estudar piano clássico aos 5 anos e, décadas depois, se tornaria referência na música nacional.
Na década de 1970, após uma viagem à Itália, conheceu o cineasta Glauber Rocha e, em seguida, se mudou para Londres, onde trabalhou como faxineira, garçonete e lavadora de pratos, além de se apresentar em pubs. Por indicação de Glauber, participou do álbum Transa, de Caetano Veloso, tocando gaita em uma faixa.
De volta ao Rio de Janeiro, passou a se apresentar em casas noturnas e assinou contrato com a gravadora Polygram/Polydor, atual Universal Music.
Seu primeiro grande sucesso nacional veio em 1980, com a música “Amor, Meu Grande Amor”, apresentada no Teatro Fênix. Ao longo da carreira, Angela Ro Ro influenciou e foi interpretada por artistas como Ney Matogrosso, Maria Bethânia e Frejat.
Gay assumida desde o início da carreira, Angela viveu intensamente seus amores e paixões, mas também enfrentou desafios, incluindo problemas financeiros e de saúde nos últimos anos, que a afastaram dos palcos. Sua última apresentação ocorreu em maio deste ano.
Documentário em produção
Antes de ser internada, Angela Ro Ro colaborou com a produção do primeiro documentário sobre sua vida, dirigido por Liliane Mutti, cineasta do filme Miúcha – A voz da bossa nova (2022). O projeto está em fase final de produção.
