Esnobado por Sampaoli e no bico do urubu, Peixe aguarda o Galo com boca de jacaré

por Chico Maia

Imagem: x.com/Atletico

Santos x Atlético, 21h30 na Vila Belmiro. Nenhum dos dois venceu ainda no Brasileiro. O Galo é o 16º colocado, dois pontos, e o Santos, 18º, um ponto.

Em campo, de cada lado, dois dos mais badalados jogadores do país e do mundo: Neymar e Hulk.

Na tarde de ontem, Pedro Martins, diretor geral do Santos usa discurso antigo, mais manjado do futebol, dizendo que o clube precisar se “modernizar” e que vive de passado. Culpa as gestões anteriores e tenta passar alguma novidade numa entrevista coletiva mais do mesmo.

Importante lembrar que este mesmo Pedro Martins foi o substituto do Alexandre Mattos no Cruzeiro, com a chegada do Ronaldo como dono da Raposa, e depois substituiu novamente o Alexandre Mattos, no Vasco, quando aquela 777 comprou o clube carioca. Teve passagem rápida pelo Botafogo ano passado, a tempo de incluir no currículo que foi campeão da Libertadores. Aliás currículo recheado de cursos de Administração, MBA nisso, naquilo, aqui, ali, no exterior e etecetera e tal.

Na sequência bajula o chefe dele, o presidente Marcelo Teixeira, o mesmo que detonou o treinador Pedro Caixinha, ainda no vestiário, depois da estreia contra o Vasco, em São Januário, desestabilizando o trabalho do português, sem entretanto, mandá-lo embora imediatamente.

O Caixinha ficou lá, sangrando mais duas rodadas, até ser demitido oficialmente.

A maioria da imprensa e das pessoas engole e aceita mansamente conversas moles como essa desse e de tantos outros dirigentes diplomados pela CBF e outras instituições mundo afora, que dão cursos de cartolas, treinadores e etecetera no futebol brasileiro. Muita teoria e nenhuma prática, nesse atoleiro que virou o mundo da bola no Brasil.

Horas depois dessa entrevista do Pedro Martins, vem a manchete da ESPN e outros veículos: “Sampaoli recua após análise com estafe e retorno ao Santos fica mais distante”

O velho Sampaoli e suas loucuras e grosserias que seria ressuscitado pelo clube que tem este Pedro Martins como diretor geral, “CEO”, como se classifica a nova cartolagem do nosso futebol, nunca ou raramente contestada pela cordeira imprensa da atualidade.

E as torcidas vão sendo enganadas país afora neste circo do “futebol comercial”, como diz o comentarista José Luiz Gontijo.

No frigir dos ovos a história é a mesma de sempre: só vitórias para espantar crises e mudá-las de lado.

Que o Santos não comece sair de sua crise de incompetência esta noite contra o Atlético, useiro e vezeiro em pisar na bola contra adversários em situação semelhante.

O Galo sem Arana, machucado, mas contando com a volta do Lyanco.