Inter 2 x 1: Ronaldo não pode reclamar da torcida. Apoio não faltou e não tem faltado

Chico Maia

O que faltou mesmo foi enfiar a mão no bolso e montar um time melhor para o retorno à Série A, depois de três anos.

Quando o placar estava em 1 a 0 para o Inter, o cruzeirense Luiz Ibirité nos escreveu: “Meu Deus, show de horrores, e nosso treinador pasmem está assistindo o jogo, parece q estamos ganhando o jogo.”

Depois da partida ele mandou mais duas:

“Se empata o Zé Ricardo iria à forra na coletiva, escala mal, não faz leitura de jogo e além de demorar, mexe mau, fora zé Ricardo.”

“Quando vc tem um time mal tecnicamente, vc espera q o comandante arrume a situação quando ela se apresenta pior do q já está, porém no nosso caso o treinador é do mesmo nível, não dá pra esperar muita coisa, fora Zé.”

Concordo que o treinador tem a cota dele de culpa, mas coloco-o no balaio do “elenco” do time do Cruzeiro.

Depois de perder e empatar em casa para o vice lanterna e lanterna do campeonato (Coritiba 4 x 3, América 1 x 1), o Internacional espanta a crise vencendo o Cruzeiro no Mineirão.

O Inter joga no estilo argentino do Eduardo Coudet, focado na defesa, esperando o momento certo para transformar em gols as oportunidades.

Mais uma vez o Cruzeiro esbarrou em suas limitações, de elenco fraco, do qual o português Pepa tirava água de pedra e o sucessor Zé Ricardo não tem como fazer diferente.

A fala do Lucas Silva após a derrota resume bem a situação: “Fizemos uma partida digna de vitória, mas não aconteceu por detalhe. A proposta deles de contra-ataque sobressaiu. Não deixamos de correr e lutar. Tivemos mais volume, três bolas na trave. Um detalhe. Levantar a cabeça. Temos consciência que precisamos evoluir e ser contundente. Com a torcida, sairemos dessa”

É isso: “Um detalhe”, como disse o volante azul. Não falta vontade, os jogadores não são “sem vergonha” como cantou a torcida outra vez, mas o grupo é fraco, o tal “detalhe”, dito pelo Lucas Silva.

O Inter fez 2 a 0 por meio do Wanderson aos 13 do primeiro tempo e Maurício, aos oito do segundo. Bruno Rodrigues diminuiu aos 46. O Cruzeiro antes tinha mandado três bolas na trave gaúcha.

Aliás, Bruno Rodrigues é dos poucos que teria lugar num elenco à altura do Cruzeiro de verdade. Artilheiro do time nesta temporada, 11 gols, e no Brasileiro, com seis.

O Colorado foi para a 11ª posição com 42 pontos e o Cruzeiro continua sendo o primeiro antes da degola, 16º lugar com 37 pontos, três a mais que o Vasco.

Próximo jogo contra o Coritiba, sábado que vem às 16 horas em Curitiba.