Jovem passou a sofrer agressões e cárcere privado após suspeito exigir dinheiro da família dela
A Polícia Civil de Minas Gerais concluiu o inquérito que investigou a morte de uma jovem de 21 anos encontrada com o corpo incendiado na BR-040, na região metropolitana de Belo Horizonte. De acordo com os policiais, o namorado, de 40 anos, teria mantido a jovem em cárcere privado e tentado extorquir a família dela.
A vítima foi encontrada por um caminhoneiro, entre os municípios de Pedro Leopoldo e Esmeraldas, na Grande BH. A jovem ainda tentou comunicar as testemunhas sobre o ocorrido, mas não resistiu aos ferimentos e morreu no hospital. O suspeito foi preso em flagrante no dia seguinte por policiais militares.
Segundo o delegado Lucas Daniel Alves Nunes, responsável pelo inquérito policial, a Polícia Civil encontrou indícios de que desde o início do relacionamento com a vítima, ele já premeditava obter vantagem financeira sobre ela.
“Eles se conheceram em janeiro. A vítima morava no bairro Pindorama, na capital, e o suspeito logo se aproximou da família, sondando os bens pecuniários dos parentes dela e se voluntariando para cuidar dos filhos da vítima, problemas com vizinhos, entre outras intermediações”, esclareceu o delegado.
Contudo, conforme os levantamentos, o investigado já vinha acumulando dívidas com pessoas envolvidas com a criminalidade quando começou a pedir empréstimos abusivos para a família da namorada. “Ele pedia valores em torno de R$ 40 mil, que a família não tinha condições de fornecer. É quando ele começa a privar a liberdade da vítima e a ligar para os parentes para pedir dinheiro, ficando mais agressivo”, explica Lucas Alves.
Sequestro e execução
Conforme apurado pela Polícia Civil, perto do dia 14 de fevereiro, a vítima foi vista pela última vez em casa e depois ficou sem contato com a família. Durante esse período, o suspeito exigiu novas quantias dos parentes, que não tinham como atender às exigências.
“As investigações revelam que no dia 19 de fevereiro a vítima sofreu ferimentos cortantes. Depois ela é incendiada ainda com vida. Com o corpo em chamas, ela vai até a rodovia BR 040, onde o caminhoneiro a localiza”, descreve o delegado.
“Importante dizer que as motivações nesse caso são múltiplas. Havia sim o intento patrimonial, mas há que se considerar também a relação de posse e objetificação feminina que o suspeito mantinha para com a vítima, além da ocultação da real identidade dele, a qual a jovem conhecia”, conclui.